segunda-feira, 3 de junho de 2013

A linguagem da brincadeira




Renata Meirelles, desde o início de sua formação em Educação Física, se interessou pelas manifestações corporais infantis, em especial por aquelas de crianças com realidades diferentes da sua. Desde abril de 2012, acompanhada pelo documentarista David Reeks, a educadora percorre comunidades rurais, indígenas e quilombolas, grandes metrópoles e cidades do sertão e do litoral, registrando o que expressam as crianças brasileiras por meio de seus brinquedos e de suas brincadeiras. As viagens são parte do projeto Território do Brincar e, com o apoio do Instituto Alana, seguem até dezembro de 2013.
 
Em cada comunidade visitada pelo projeto é realizado encontro com líderes, educadores, familiares e crianças. Os objetivos e as dinâmicas do trabalho são explicados e são exibidos vídeos das brincadeiras de outras regiões. “A linguagem do brincar é entendida na própria brincadeira. Cada um, adulto ou criança, consegue ver-se na brincadeira dos outros, consegue sentir-se representado nas imagens que foram feitas bem distantes dali. Tivemos até um menino que não aguentou acabar de ver os filmes, saiu e foi construir seu próprio pião, como o que estava sendo exibido na tela”, contou.
Além das visitas a comunidades em todo o país, o Território do Brincar também desenvolve atividades com algumas escolas parceiras, como os diálogos sobre o que é observado nas diferentes regiões e sobre como esse brincar se reflete na prática do educador. O material produzido em campo é divulgado entre as escolas por meio de reuniões mensais via internet, quando se discute também a repercussão do conteúdo no ambiente escolar. Por sua vez, as escolas registram, no site do projeto, suas experiências.

Bernardo Vianna / VIA blog

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